Janela especial para times da Ucrânia e Rússia
Janela especial para jogadores de times da Ucrânia e Rússia
Está sendo preparado pela Fifa uma janela especial de transferências e outras medidas para dar segurança jurídica aos atletas que quiserem deixar seus clubes de países da Ucrânia e Rússia.
O caso David Neres, no começo de 2022 ele era jogador do Ajax, mas no dia 15 de janeiro ele assinou um contrato de cinco anos com o Shakhtar Donetsk. No dia 26 de fevereiro, após ficar confinado no subsolo de um hotel, registrou rajadas de tiros nas ruas de Kiev enquanto seguia com um grupo de brasileiros que estam tentando deixar a Ucrânia.
Esse drama está acontecendo com todos os jogadores estrangeiros que atuam na Ucrânia e na Rússia. A única certeza é que atletas, representantes e federações atuam neste momento para que os impactos sejam mínimos e para que os jogadores não fiquem muito tempo parado.
O clube Shakhtar Donetsk adiantou um mês de salários para os seus jogadores, porém não existe previsão de quanto eles vão poder voltar a jogar no futebol ucraniano. São 30 brasileiros jogando na primeira divisão da Ucrânia e 13 na elite russa. Vários desses jogadores e seus agentes articulam meios para conseguir uma transferência uma saída pode ser essa janela especial. Como disse o volante Marcos Antônio:
– Com toda essa situação que está lá, eu não espero voltar. Mas espero que o clube entenda e faça alguma coisa, algum acordo que seja bom para eles e para mim – declarou.
– Estou disposto a chegar a um acordo, a conversar e não fazer nada que possa prejudicar. Agora não é momento disso. Por tudo que está acontecendo lá. É o momento de orar e torcer para que tudo acabe e depois ver o que vai fazer. Mas pelo que passei lá, pelo que vivi alguns dias, realmente não espero voltar – disse o jovem ex-Athletico-PR.
Fifa prepara uma janela especial
A saída mais fácil para os atletas é um empréstimo, mas os jogadores e seus agentes querem segurança jurídica para isso. No momento, o Brasil é o único país com janela de transferências internacionais aberta, pelo menos até o dia 12 de abril.
Porém, federações sugeriram à Fifa que seja aberta uma janela especial para que jogadores de clubes ucranianos e russos possam se movimentar. A maior entidade do futebol mundial prepara um pacote de medidas para ajudar os atletas. Oficialmente, o órgão diz que “mantém contato próximo com diferentes organizações em relação à situação geral causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia e seu impacto no futebol”.
Advogado especializado em Direito Desportivo Internacional, Marcos Motta reitera que rescisões de contrato são improváveis.
– Vários desses contratos envolvem valores substanciais de salários. Fazer uma rescisão baseada na guerra não gera nenhum tipo de indenização. É diferente de uma rescisão por falta de pagamento de salário, que não é o caso.
Em 2020, no início da pandemia, a Fifa fez uma medida parecida com essa janela especial proposta, ao autorizar a abertura de uma nova janela enquanto a temporada anterior não havia acabado. Além disso, a entidade recomendou que os clubes renovarem os contratos de atletas cujos vínculos se encerrariam em junho daquele ano, quando o futebol estava paralisado.