Empate mostra avanços táticos no Flamengo
Empate entre Flamengo e Atlético-GO mostra avanços táticos na equipe de Paulo Sousa
O resultado pode não ter sido muito bom, mas a alternância entre Bruno Henrique e Arrascaeta pela esquerda mostrou uma alternativa de mais mobilidade para o ataque do Flamengo, são pontos interessantes para um time que ainda está se estruturando taticamente.
Copo meio cheio ou meio vazio? Foi essa a analogia usada por Paulo Sousa ao falar sobre a partida entre Flamengo e Atlético-GO, na entrevista de imprensa pós jogo. É sim uma referência válida para analisar o desempenho do time carioca, mesmo continuando oscilante, se mostrou mais organizado em campo, no empate por 1 a 1, no estádio Antônio Accioly, em Goiânia.
Essa partida marcou a estreia das equipes no campeonato brasileiro, ficou para o torcedor flamenguista acreditar no avanço a passos lentos do time, ou cobrar uma melhora imediata de um time muitas vezes campeão nos últimos anos.
O resultado da partida foi justo pelo futebol apresentado pelas duas equipes, o Flamengo deu sinais de melhora, mas não conseguiu ser superior ao Atlético-GO, os jogadores continuaram mostrando muito dificuldade em executar o planejamento tático do Paulo Sousa.
Falta ao Flamengo movimentos naturais e jogadas individuais, os jogadores tem talento, mas se prendem a necessidade de buscar uma organização tática, isso gera muita lentidão nas transições, tornando o time muito previsível, principalmente quando tem a posse de bola. Em determinados momentos, essa dificuldade ficou evidente na saída em contra-ataques diante do Atlético-GO.
A impressão que temos é que o time do Flamengo sabe o que fazer, mas ainda tem muita dificuldade em executar. No cenário atual, onde acostumasse a enfrentar adversários com linhas defensivas bem definidas, este tempo é mais do que suficiente para o encurtamento de espaços e ajustes de marcação, como se pode ver em grande parte do jogo em Goiânia.
Atlético-GO x Flamengo
Posse de bola: 44% x 56%
Finalizações: 10 x 12
Finalizações no gol: 3 x 3
Grandes chances: 3 x 5
Faltas: 7 x 11
Escanteios: 4 x 10
Com dez minutos de partida, o Flamengo vinha conseguindo controlar bem o jogo. Tinha a posse de bola, organização tática e apresentava alternativas interessantes no ataque, muito pelo posicionamento tático de Bruno Henrique e Arrascaeta que ficaram se alternando no corredor esquerdo, e a movimentação sincronizada entre os volantes com Andreas, que começou a partida atuando pela meia. Acontece que as ações eram em grandes momentos arrastadas e o Dragão diminuiu os espaços, assim foi o roteiro que se deu nos primeiros 45 minutos.
O Flamengo tinha controle de bola, explorava bem o lado esquerdo de ataque, mas pecava na velocidade que permitia ações defensivas de um Atlético-GO que era exatamente o oposto quando recuperava a posse. Com ligações rápidas, o time da casa aproveitou os espaços de uma zaga improvisada em cima da hora com Arão no lugar de Gustavo Henrique e deu trabalho a Hugo.
O Atlético-GO voltou melhor do intervalo, deixando o jogo mais igual. Bruno Henrique tinha os espaços para atacar o corredor esquerdo e dar profundidade ao time, mas o contra ataque vinha na mesma intensidade, com Léo Pereira exposto na defesa muitas vezes em inferioridade numérica.
Após passe precipitado de Andreas Pereira, o Dudu foi acionado pelo lado direito do ataque e encontrou Rato para abrir o placar em gol que sintetizou os principais problemas do Flamengo na partida: posicionamento no centro da área e espaços no lado esquerdo da defesa.
Em desvantagem, Paulo Sousa colocou Lázaro e Pedro em campo e o Flamengo passou a ser mais vertical nas ações. Bruno Henrique virou a principal opção ofensiva pela esquerda, enquanto Arrascaeta tentava pifar a dupla Pedro e Gabigol. Foi do uruguaio a cobrança de escanteio para Bruno empatar e incendiar o jogo.
Chegando próximo o final da partida, o Flamengo conseguiu acertar uma bola no travessão, mas também viu a bola beijar a sua trave em mais um lance em que a sua defesa estava exposta. Isso diz muito como foi a partida, um toma lá dá cá, um empate muito justo pelo futebol apresentado por ambas as equipes.
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