Bolsas Sofrem com Atividade Forte nos EUA e Risco Fiscal Pressiona Ibovespa
As bolsas americanas registraram queda na tarde desta quinta-feira, refletindo a robusta atividade econômica nos Estados Unidos que reforça o argumento para o Federal Reserve (Fed) manter as taxas de juros elevadas por mais tempo. O índice Dow Jones recuou 1,27%, enquanto o S&P 500 caiu 0,37%. O Nasdaq apresentou uma queda menor de 0,08%, devido à expressiva alta de 10,75% nas ações da Nvidia após a divulgação de seu balanço trimestral.
O dólar se valorizou frente a outras moedas, com o índice DXY subindo 0,11%, e os juros dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) aumentaram até 6 pontos-base, com a T-Note de 2 anos atingindo 4,9310%. As prévias dos Índices de Gerentes de Compras (PMIs) de maio mostraram que a atividade econômica, especialmente no setor de serviços, continua aquecida nos EUA. Este cenário, reforçado pela Ata do Fed divulgada ontem, sugere que os juros devem permanecer elevados por um período prolongado, desestimulando os investimentos em ativos de risco.
No Brasil, o cenário externo negativo se soma às preocupações locais com a situação fiscal, afetando o desempenho do mercado. O governo revisou para cima a previsão de déficit primário para este ano, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou uma possível mudança na meta de inflação. Como resultado, o Ibovespa opera próximo à mínima do dia, com uma queda de 0,83%, situando-se em 124.602 pontos. O dólar, que estava estável, passou a subir nos últimos minutos, registrando um aumento de 0,03%, cotado a R$ 5,1582.
Os juros futuros, por outro lado, operam em leve baixa, influenciados pelas declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, que reafirmou o compromisso do Comitê de Política Monetária (Copom) em levar a inflação para a meta, o que ajudou a aliviar parte das incertezas geradas na véspera.
A combinação de fatores externos e internos cria um ambiente desafiador para os mercados, com os investidores atentos às próximas movimentações tanto do Fed quanto das autoridades brasileiras, em busca de sinais mais claros sobre a direção das políticas econômicas e seus impactos nos ativos de risco.
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